A palavra fissura significa “abertura” ou “fenda”. Representa as malformações do terço médio da face que ocorrem no primeiro trimestre da gravidez, mais especificamente até a 8a semana para o lábio e 12a semana para o palato. O bebê nasce com uma abertura no lábio, no palato (céu da boca) ou em ambos com diferentes graus de severidade. É a malformação mais frequente ao nascimento e  ocorre em cerca de 1 para cada 650 crianças nascidas vivas.

As fissuras podem variar de tamanho, sendo completas ou incompletas e acometer um ou os dois lados. De acordo com a localização podem influenciar a estética facial ou as funções como deglutição, fonação e audição do bebê.

A causa é multifatorial, existindo uma herança genética e fatores ambientais. Acredita-se que 70% dos casos ocorra por fatores ambientais como desnutrição materna e uso de drogas (alguns medicamentos, cigarro, bebidas alcoólicas). As fissuras podem se manifestar de maneira isolada ou podem ser parte integrante de uma síndrome genética.

Um acompanhamento multiprofissional se faz necessário para evitar ou minimizar sequelas como problemas alimentares, de fala, de audição, nos dentes e psicossociais devido ao preconceito.

O tratamento é longo e se inicia na maternidade com a confecção de uma prótese palatina obturadora para facilitar a sucção e iniciar um preparo ortopédico para a cirurgia de correção. As cirurgias primárias ocorrem entre 3 e 6 meses para fechamento do lábio e 12 a 18 meses para correção do palato. O cirurgião plástico define o melhor momento cirúrgico para cada bebê.